Resenha – Call of Duty: Black Ops

Resenha - Call of Duty: Black Ops – Ambrosia
Plataforma: PC, Xbox 360, PS3, Wii
Gênero: First Person Shooter
Selo: Activision
Desenvolvedora: Treyarch
Lançamento: 9 de Novembro de 2010

O sucesso absoluto de Call of Duty: Modern Warfare 2 trouxe conseqüências inusitadas para a Activision, que acabou por perder seu time principal de desenvolvedores: a Infinity Ward. Há muitos anos a Treyarch vinha preenchendo as lacunas desta série estrelar ao revezar os títulos de CoD com a Infinity Ward, mas sempre em um segundo plano. Call of Duty: Black Ops é o primeiro trabalho da Treyarch como principal desenvolvedora da série. Será que eles são capazes de suceder um jogo que foi sucesso absoluto e arrebatou diversos recordes de venda?

Campanha

A campanha principal tem seu início em uma sala de tortura, seu personagem Alex Mason (interpretado por Sam Worthington) se encontra atado a uma cadeira elétrica onde é obrigado a responder perguntas em um interrogatório. Aos poucos ele vai relevando os eventos que o levaram até ali, desde sua missão de assassinar Fidel Castro na invasão da Baía dos Porcos, como seu período de prisioneiro em uma prisão Russa. Seu personagem é assombrado por uma seqüência numérica que ele não sabe o que significa, e que parece ser uma peça importante para este grande conflito.

A história como um todo não é ruim, e possui muitos momentos instigantes e cinemáticos. Os personagens são interessantes e existe uma conexão forte com o título anterior da Treyarch, World at War, situado durante a segunda guerra. O enredo é em geral mais amplo e melhor estruturado do que aquele de Modern Warfare 2, embora a maioria das fases não seja muito melhor per se. Existe muita variedade na campanha, o que ajuda bastante no ritmo da narrativa. Tirando os momentos durante o Vietnã, praticamente todas as fases são completamente diferentes umas das outras, e são muitos os locais visitados (Várias partes diferentes da Rússia, Cuba, Estados Unidos, Sudeste Asiático, China e etc…).

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Mesmo assim, o jogo não consegue criar set pieces tão impactantes quanto aqueles vistos em Modern Warfare, e o mesmo pode ser dito quanto as opções de design nas fases. Muitas vezes Black Ops acaba por contar com uma tática chata, respawn infinito de inimigos até você passar de uma área. De uma perspectiva de jogabilidade geral mesmo, isto é: resposta de controles, AI de inimigos e posicionamento estratégico, o jogo fica a dever do seu anterior.

Por mais que a campanha seja boa, devo dizer que me incomodei um pouco com a ambientação. Sei que o estúdio é estadunidense, mas não vivemos mais em uma ordem bipolar de mundo, estamos para entrar na segunda década do século XXI. É praticamente intragável a abordagem de Guerra Fria feita no jogo, com bons X maus, em um conflito marcado por ações completamente anti-humanitárias de ambos os lados. Eu esperava mais da Treyarch nesse sentido, não podemos esquecer no seu jogo anterior, World at War, os grandes heróis eram justamente os soviéticos, que praticamente venceram a segunda guerra no fronte europeu. Lembro-me inclusive de ter ficado chocado dele ter sido produzido por um estúdio americano, já que na última fase seu personagem (Reznov que volta neste novo Call of Duty) invadia o parlamento alemão e terminava o jogo ao colocar uma imensa bandeira soviética no coração de Berlim. Também era um pouco demais, mas confesso que achei bem divertido na medida em que mostrava aos estadunidenses que eles não tinham ganhado a guerra sozinho.

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Mesmo assim, não dá para negar que existe real diversão em invadir o Vietnã e lutar com armas pesadas enquanto o jogo toca Rolling Stones no mais alto volume. Com alguns erros e muitos acertos é uma campanha que merece ser jogada.

Multiplayer

Nesse sentido a Treyarch conseguiu dar um golpe de mestre, o robusto modo multiplayer de Black Ops é uma seqüência muito digna a toda a trajetória de jogos da linha Call of Duty. Certamente contribuindo para fazer deste título o melhor First Person Shooter do ano.

Para iniciar tudo que havia em Modern Warfare 2 está de volta em Black Ops com pelo menos o dobro de opções, Perks, Killstreaks e armas modernas (sim, por mais que a campanha se passe nos anos 60, o multiplayer traz várias armas de hoje em dia também). Mas eles não poderiam parar aí, e resolveram trazer muitas inovações para esta que é a sessão mais importante de um Call of Duty.

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Modo treinamento: para aqueles que não querem começar a jogar sendo destruídos pelos veteranos humanos. Basicamente você pode jogar todos os modos do jogo contra bots com níveis de dificuldade escalantes que praticamente te ensinam a jogar. E o melhor é que conforme você aprende, você também ganha os benefícios de uma partida real subindo de nível e juntando pontos.

Pontos, outra inovação essencial. Nos games anteriores, você era obrigado a subir de nível para ter acesso as melhores coisas, e essa era a única maneira de chegar a um patamar competitivo contra aqueles jogadores que não tem muita vida além do FPS. Agora além de experiência, cada morte e partida jogada também te recompensam com pontos. Estes pontos podem ser usados para comprar benefícios e customizar completamente seu personagem desde os primeiros níveis. Ficou muito mais fácil conseguir uma boa arma com bons modos acoplados antes do nível 10, ao invés de liberar um monte de coisa com os níveis, estes agora são só responsáveis pelo o que você pode comprar, ou seja, quanto maior o nível mais opções podem ser comprada com pontos.

Além disso, surgiram possibilidades bem interessantes de ganhar mais pontos. Existe por exemplo os contratos, que são basicamente objetivos que você pode comprar com seus pontos antes de uma partida começar. Se realizados estes objetivos lhe fazem ganhar muito mais do que foi inicialmente investido. Objetivos simples, como matar um oponente  a facadas, rendem pouco (você gasta 50 pontos por esse contrato e ganha 150 ao completá-lo), já aqueles mais complexos como acertar cinco headshots sem morrer, ou matar quatro oponentes com uma só granada podem render bastante (com os mesmos 50 pontos investidos você recebe 3.500). Estes contratos mudam sempre, e quase toda semana novos deles aparecem, o que dá um novo tom muito legal as batalhas regulares de multiplayer, já que agora muitos dos melhores oponentes não querem simplesmente matar o adversário, mas fazê-lo de forma bastante específica.

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Outro modo diretamente ligado aos pontos são as Wager Matches, ou seja, partidas onde todos os jogadores têm que apostar seus pontos para entrar. É um pôquer com rifles de assalto. Estas partidas trazem um grande senso de urgência para os jogadores, afinal, até hoje a única coisa que contava mesmo em Call of Duty era matar muito, pois esta era a única forma de realmente ganhar experiência. Nunca houve qualquer penalidade por se jogar mal. Agora isso existe, apenas os primeiros colocados levam o pote, os demais perdem pontos por terem jogado, o que torna tudo mais interessante.

Para completar a experiência de multiplayer, muitos novos modos de jogo aparecem, alguns bem divertidos: todos os participantes só têm uma pistola com uma bala, e só ganham outra bala ao conseguir uma morte; ou todos jogam com o mesmo tipo de arma que troca a cada 45 segundos; entre dezenas de outras novas formas de se jogar um multiplayer. Além disso, é possível jogar com um amigo em sua casa online, cada um tem metade da tela e é capaz de participar de qualquer um dos modos de jogo. Para casais gamers ou simplesmente amigos, é uma solução mais que ideal.

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Por fim, existe a volta do Zombie mode, que pode ser jogado de três formas: sozinho, em dupla em casa, ou com até quatro jogadores online. O modo é basicamente uma luta por sobrevivência a ondas de ataques de zumbis. Em um dos cenários você joga com Kennedy, Fidel, MacNamara e Nixon durante uma invasão ao pentágono. A coisa é divertida por algum tempo, mas cansa bastante rápido e não justifica a ausência de um dos melhores modos de Modern Warfare, o special ops. A falta de uma “campanha”, ou missões avulsas, cooperativas realmente é um ponto a menos para essa versão de Call of Duty.

Apresentação e conclusões finais

Em termos visuais o jogo não chega a surpreender como o que aconteceu com seu antecessor, principalmente para alguns usuários de PC e PS3 que possuem disponíveis em seu catálogo jogos muito melhores nesse quesito. Ainda sim, o jogo é visualmente agradável e lembra bastante o visual do Modern Warfare em termos técnicos.

A trilha sonora é excelente, e não tem como não ser na medida em que todas as músicas que aparecem no jogo são grandes clássicos do Rock dos anos 60, como a icônica Simpathy for the Devil, dos Stones. Ainda sim, como nos demais jogos da série, Call of Duty não é reconhecido por seu uso de música e quase o jogo inteiro o único som que você ouvirá será de tiros e explosões.

Resenha - Call of Duty: Black Ops – Ambrosia

Os atores e as falas são boas em geral e é bem legal rever Gary Oldman no papel do excelente Reznov. Mesmo o australiano Sam Worthington (de Avatar), que faz o personagem principal, conseguiu fingir bem um sotaque de estadunidense, e não compromete de forma nenhuma a experiência.

No fim, Call of Duty: Black Ops é um jogo que vale a pena, principalmente pela sensacional experiência online que ele é capaz de proporcionar, tudo indica que a Treyarch tem sim o que é necessário para suprir o papel deixado pela Infinity Ward, se tornando a principal equipe por trás da série. O efeito deste novo jogo já pode ser sentido não só pelas excelentes vendas que tem proporcionado, mas também ao notar que as salas de jogo do Moder Warfare 2 estão cada dia mais difíceis de serem fechadas com todas as vagas de jogadores preenchidas.

Apresentação: 3.5/5
Enredo: 3/5
Jogabilidade: 4/5
Fator Replay: 4.5/5
[xrr rating=3.5/5]
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Comentários 12
  1. "Certamente contribuindo para fazer deste título o melhor First Person Shooter do ano."

    1. Ah, se GoldenEye 007 tivesse saído em um console HD… Tinha ganho como melhor FPS do ano em vários prêmios. Campanha com o dobro da duração, roteiro melhor amarrado, maior ênfase no multiplayer local e multiplayer online com tudo o que realmente importa da série Call of Duty. E ainda tem mais espaço para stealth na campanha.

    2. Battlefield: Bad Company 2 saiu em 2010. Black Ops é melhor? Pelo que vi de BC2, sei não…

    "mas também ao notar que as salas de jogo do Moder Warfare 2 estão cada dia mais difíceis de serem fechadas com todas as vagas de jogadores preenchidas."

    Graças a Deus não tenho tido este problema.

    1. Que isso Fábio, o 007 é legal e tal, mas os modos multiplayers não se comparam, mesmo o offline. Chamei um grupo de amigos para cá, jogamos algumas partidas do 007, mas acabamos optando por ficar no call of duty mesmo. E o modo online não tem muita comparação, é excelente, na verdade o modo online de black ops carrega o jogo, ele traz avanços muito legais para série…

      1. Como eu disse, o multiplayer de 007 tem *o que realmente importa* do que a série Call of Duty consagrou. As adições de Contratos e Apostas no multi de Black Ops são legais, mas GoldenEye 007 é um jogo de Wii e tem que evitar a perfumaria. O que importa mesmo, que é a progressão do seu perfil e ir liberando armas, perks e equipamentos, está lá. É o suficiente.

        E o resto todo é maior e melhor: a campanha solo não conta com a IA te carregando pela mão como em parte de Black Ops, e te dá a opção de recorrer ao stealth em diversas partes; as dificuldades maiores liberam objetivos secundários extras, o que aumenta o valor de replay; o roteiro nem se compara – ambos são cheios clichês, mas o de 007 é de UM FILME DO 007, então não se leva a sério e, portanto, é mais divertido; e o multiplayer local dividido é aquele clássico que anda tão em falta nos FPS atuais. A única coisa que Black Ops tem de realmente bom que GoldenEye 007 não tem é o modo de zumbis.

        Fora que vou insistir: BLACK OPS TEM UMA FASE INTEIRA EM QUE VOCÊ NÃO PRECISA ATIRAR. Cara, isso foi quase uma ofensa ao jogador – o jogo taca um monte de explosões e momentos dramáticos roteirizados e chama milhões de jogadores de burros (o que de fato são, porque a maioria nem vai perceber que não precisa fazer nada para chegar ao final da fase). Se esse for o padrão do que a Treyarch vai fazer com a série a partir de agora, é melhor jogar fora as campanhas solo logo de uma vez e se assumir como um título full multiplayer.

        1. Mas as missões extras, essa coisa de cada dificuldade adicionar um novo objetivo, a história do jogo, enfim… tudo isso já existia no jogo de 1997 né? Eu amava Goldeneye, e a nova versão é muito boa e certamente deu uma revitalizada na coisa, mas esses fatores que você citou, realmente já existiam.

          1. Os conceitos já estavam no original sim, mas a implementação não: o roteiro não é exatamente o mesmo, os objetivos extras não são os mesmos, e nem os mapas do multiplayer cooperativo são os mesmos. Alguns são adaptações, e só. E ainda há opções novas, como a anti-camper.

            Aliás, isso também forma outra vantagem de GoldenEye 007: é uma aula de como fazer um remake – deixar o jogo nos padrões atuais sem perder a essência do original.

            E mesmo que tudo fosse recauchutado, e daí? Continuariam sendo opções melhores do que Black Ops tem a oferecer nesses campos (roteiro, a ideia de objetivos extras, multiplayer local etc.)

          2. Cara eu gostei do 007 novo, a campanha é melhor sim, não tiro esse mérito dele. Mas não achei nenhum dos multiplayers melhores não… nem os offlines e muito menos o online.

            Mas concordo contigo que é uma aula de como se fazer um remake, uma pena que o jogo do 007 para ps3 tenha ficado tão ruinzinho…..

  2. eu não consigo passa de uma fase no call of duty black ops alguem me ajuda?
    a fase é assim eu to jogando de repente entro numa casa ai não consigo ver nd só um ponto amarelo pedindo pra eu chegar nele ai tá chegando nele ele pede para eu instalar uma bomba ate ai tudo bem ai dps eu morro sem saber quem esta me atacando de qual lado como eu faço para passar essa fase estou a quase 2 meses e não consigo. obrigado

  3. TBM CHEGO NA FASE Q ENTRO NUMA CASA E NAUM CONSIGO VER ND AI APARACE O TAL PONDO AMARELO COM OS MTRS E EU NAO CONSIGO NEN CHEGAR NO PONDO FICO AGARRADO COMO SE TIVESSE ALGO NA FRENTE … OQ EU FACO?

  4. Eu estou na fase WMO, mas nao consigo passar, o meu é de wii, e é um pouco mais complicado. Alguém pode me ajudar? O que tem que fazer, ou apertar?

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