Metrópolis no Theatro Municipal do Rio

Metrópolis no Theatro Municipal do Rio – Ambrosia

Nessa quinta-feira, dia 24, teve a última sessão do filme Metrópolis exibido no Theatro Municipal do Rio de Janeiro junto com a Orquestra Sinfônica do próprio teatro. Inicialmente as exibições seriam no fim de semana porém com a vinda do presidente dos Estados Unidos as datas foram adiadas. Talvez por causa da troca de datas, além da grande procura, uma sessão extra foi vendida e rapidamente esgotada.

O filme de Fritz Lang foi editado logo após ter sido lançado em 1927, nesse novo corte estima-se ter perdido 1/4 do original. Em 2008 acharam uma cópia em Buenos Aires em 16mm que continha alguns pedaços a mais do filme. Infelizmente essa cópia estava muito danificada. Mesmo assim, foi restaurada, telecinada em 32mm e anexada ao corte do Metrópolis que todos já conheciam. Como o filme não está completo, colocaram intertítulos explicando o que seria tais cenas que ainda não foram encontradas descrevendo a ação dos personagens para um conhecimento total do novo roteiro.

O espetáculo exibido no Municipal foi grandioso. Não só por ser uma excelente orquestra e um excelente filme, mas também por recriar toda a ambientação da década de 20. Nessa época, Hollywood e a Europa ainda não possuíam uma sincronia entre som e imagem, com reprodução do som ao vivo. Nos Nickelodeons, que eram lugares mais precários, só havia um pianista, já os grandes cinemas possuiam grandes orquestras. Então, além de poder se aproximar mais da finalização do diretor, o filme foi exibido da mesma maneira.

 

Metrópolis no Theatro Municipal do Rio – Ambrosia

Metrópolis retrata um jovem rico que se encanta por uma mulher misteriosa e assim acaba descobrindo outras pessoas e sua função na vida. Metrópolis é a história de um rico empresário que explora seus empregados e não mede esforços e escrúpulos para crescer na sociedade. Metrópolis fala sobre um cientista apaixonado que não consegue lidar com a realidade da morte e por isso cria o ser-máquina. Metrópolis é uma cidade moderna, ágil, futurística, com ritmo, velocidade e tecnologia. Metrópolis é a história de trabalhadores braçais que comandados por um líder perverso fazem uma rebelião que os consome. Metrópolis fala sobre as diferenças sobre as classes sociais, como elas devem cooperar e não se sobrepôr. Metrópolis é tema de muitos debates, artigos, teses e publicações.

Essa montagem, mais aproximada do real traçado por Fritz Lang, estabelece diversas tramas no filme, como a do Joseph/Josafá, do Rotwang e a do espião. Além disso, pequenos trechos dão uma melhor continuidade as cenas. Porém, o filme agora com 153 min pareceu ficar um pouco engessado no final. A orquestra é excelente e o filme, para aqueles que conseguiram ingresso, uma experiência de vida.

Total
0
Links
Comentários 6
  1. Assisti na terça e apesar de concordar que foi uma experiência de vida, não senti a orquestra tão afinada com o filme. A sincronia entre som e imagem engasgou diversas vezes e o principal, senti que faltava pressão na música. A orquestra me pareceu um pouco mecânica na maior parte da apresentação, sem muita paixão. A cena em que aparecem os pecados capitais e a morte ganha vida deveria ser assustadora, mas foi apenas ok. A impressão que tive é que o som estava baixo, o que é estranho dada a excelente acústica do Municipal.

    Para um filme tão grandioso, faltou à orquestra força e impacto.

    Mas isso na verdade foi o de menos para alguns amigos meus que ficaram nas fileiras H, I e J do Balcão Nobre. Estes simplesmente não conseguiram assistir à obra pois o teto cobria as legendas e até metade da tela. Dei sorte em ficar na fileira G, o ponto limite para conseguir assistir a tudo. Mancada feia (e até antiética) do Municipal colocar estes assentos à venda…

    Mesmo assim, valeu.
    Poderia ter sido melhor, mas valeu.

    1. Assisti na 5ª, no Balcão superior. Notei pequenas falha na sincronia mas não achei o som baixo. Foi uma viagem no tempo! Fiquei maravilhado em assistir a Metropolis (o qual já assisti diversas vezes, com diversas montagens de cenas) da mesma forma como foi assistido pelas pessoas na época.

      Temos que lembrar que estamos falando da época do pioneirismo do cinema, também achei que algumas cenas dramáticas careceram de maior impacto musical. Só que esta visão é um viés do cinema de hoje! Acredito que a orquestra tenha sido fiel a obra original.

      Estou ansioso pelos próximos, e na torcida pel"O Gabinete do Dr Calligari"!

  2. Assisti na quarta-feira e por muito tempo esqueci que havia uma orquestra, acho que isso reflete uma sincronia com o filme. Não achei engasdada a relação som e imagem, e também volume do som estava bom. Sobre a cena da morte com os pecados, me foi assustadora e bem impactante.

    Acho que a idéia de se ter uma orquestra tocando trouxe muito mais espectativas sobre a trilha sonora do que a composição audiovisual como um todo. Talvez nós sejamos espectadores muito mais críticos e exigentes do que aqueles que a proposta da trilha sonora de Metrópolis tenha sido feita.

    Sobre as fileiras dos Balções Nobres e Superior, também comprei uma das últimas (H) que foi trocada pela B sem maiores problemas.

  3. Depois da Reforma o Theatro Municipal perdeu em acústica, isso já foi sensívelmente reparado pelo público, acho que a orquestra se saíu muito bem, mesmo com essa nova acústica do
    Theatro Municipal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ant
Curtos: Onde Andará Petrucio Felker

Curtos: Onde Andará Petrucio Felker

[youtube]http://www

Prox
Personalidades do cinema: A obra de Tim Burton

Personalidades do cinema: A obra de Tim Burton

Nenhuma surpresa quando, na noite do Oscar, o prêmio de direção de arte foi para

Sugestões para você: