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Bitscópio: X-COM – UFO Defense

Muitos anos atrás, mais precisamente em 1993, uma série de jogos para computador aproveitou-se do sucesso de seriados como Arquivo X e nos deu uma das melhores experiências em jogos de estratégia de todos os tempos. Enquanto os japoneses faziam jogos de fantasia, a Microprose criou X-COM, com toques de realidade e imaginação do futuro onde a Terra é gradualmente invadida por alienígenas.

A premissa do jogo parece batida e clichezenta, bem, ela é, só que o interessante dessa série é que o jogador toma as rédeas de um grupo multinacional, autorizado pelos governos do mundo a instalar bases em qualquer lugar e lutar, com fundos governamentais, contra esta ameaça.

O time de desenvolvedores de X-COM: UFO Defense (ou “Enemy Unknown” na Europa) era liderado por Julian Gollop, que ajudou a criar a história que se passa durante o longínguo ano de 1999 onde, aparentemente, raças alienígenas (sim, plural), declararam guerra à humanidade e agora os governos do mundo precisam da sua ajuda para evitar a extinção certa.

O jogo basicamente se divide em três mecânicas. Uma, chamada de Geoscape, mostra o mapa do mundo e os locais das suas bases, que podem ser dispostas em qualquer lugar do planeta. Para colocar as bases, é necessário de fundos que as nações vão lhe dando. Estes aumentam ou diminuem mensalmente conforme a sua atuação naqueles países. Uma missão de defesa de alguma cidade grande contra atos terroristas é certeza de perda de fundos, assim como se o governo do país for infiltrado pelos alienígenas.

Nesta tela, surgem os discos voadores como pontos vermelhos enquanto no ar e um X verde enquanto no solo. Suas naves de interceptação podem ser despachadas de suas bases e ao entrar em combate requerem uma distância mínima de ataque, que no começo é baixa usando mísseis de curto alcance e metralhadoras, mais para frente, com pesquisas, ganha-se novas e mais poderosas armas, como as Fusion Balls, com alcance que nem os temidos Battleships podem ultrapassar.

A segunda mecânica é a janela de personalização das bases, pesquisa e manipulação de pessoal, estoque e grana. Nesta janela, pode-se ver a parte interna das bases, o que se pode construir, pesquisar e o limite do estoque de cada uma, bem como quais jatos estão nelas, etc. É completamente detalhada com as estatísticas dos soldados, armas equipadas por esquadrão, graduação e outras coisas que fazem o jogo extremamente personalizável. É praticamente impossível de se ter uma base igual a outra em razão da necessidade de ter uma especializada em pesquisa, outra em construção, etc.

Por fim, a terceira mecânica se chama Battlescape e envolve o combate em turnos aos alienígenas em locais onde eles posaram, seja um local de queda após ter sido abatido, uma cidade invadida ou uma base, sua ou deles, em que o combate pelo domínio dela será extremamente ferrenho. Os turnos se baseiam no vigor (stamina) de cada soldado, e conforme este sobe de graduação, suas técnicas de tiro, arremesso de objetos e movimentação aumentam, facilitando a vida contra os ETs.

No começo, o índice de perda de soldados é enorme. A tendência é que o jogador despreparado perca pelo menos 60% a 70% de seus homens a cada missão no Battlescape. Afinal, os aliens tem rifles de plasma enquanto começamos com pistolas e metralhadoras comuns.

Sem armadura pesada, contra dois e poucas time units, esse aqui é quase certeza que já era.

O interessante deste jogo é que por mais que se fale que ele tem quase 20 anos de existência, nenhum outro conseguiu conciliar estas mecânicas de jogo com o clima proporcionado pela trilha sonora e o medo de entrar em combate, tanto no geoscape com os caças, quanto no battlescape. Cada missão que passa, fica-se mais esperto e o jogador aprende que não dá para dar sopa ao azar. Se tiver que derrubar metade do Battlescape para matar um alienígena enfurnado em uma casa, que seja, antes as casas do que os soldados do jogador. Em diversas situações de estresse com a missão, eu me vi disparando mísseis incendiários em campos de trigo para colocar os aliens pra correr ou dar uma iluminada.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=pX0Cm3N_n6k[/youtube] Vídeo de Abertura… retrô total!

Falando nisso, a iluminação é um fator importante no jogo. Os combates podem ocorrer de dia ou de noite, depende da hora em que sua nave de transporte de tropas chega ao destino. Lutar de noite é um inferno do começo ao fim do jogo pois, mesmo em situações mais avançadas de pesquisa, não há visão noturna, ou seja, dá para se tomar uma meia dúzia de tiros e nem saber de onde eles vieram e aí, já vai ser tarde demais.

Para se ter uma idéia, o jogo tem uma legião de fãs espalhadas pelo mundo e já ganhou versões em quatro línguas distintas das quatro originais, bem como versões novas e levemente modernizadas, mas mantendo o clima retrô total. Como me foi ressaltado nos comentários no site do Steam é possível comprar essa pérola por menos de US$ 5,00, mas quem quiser baixar na internet, o jogo está disponível em diversos locais de graça, mas, convenhemos, a 5 doletas é um ótimo preço por um jogão desses.

Agora, surgiu a novidade de que a franquia pode ser retomada como um shooter em primeira pessoa, com alguns dos ornamentos do primeiro jogo relacionado a pesquisa e fundos, mas, eu sinceramente gostaria de ver o jogo original relançado com algumas novidades, armas novas, alienígenas diferentes, alguns novos cenários de combate, etc.

Semana que vem, tem mais, com uma resenha pra lá de empolgada de F-Zero que o Rafael deixou no forno. Até lá!

J.R. Dib

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Comentários 7
  1. Sensacional! O "longínguo ano de 1999" foi f0d4. Lembro de ter jogado uma vez esse jogo, deve ter sido por volta de 1998, em um computador alheio. Se não foi no próprio ano de 1999. =P

    Lembro de ter gostado. Na época, só jogava games de estratégia no PC, e conheci este depois de ter jogado Age of Empires e Caesar, que focavam mais na construção e admnistração de cidades. Lembro de ter ficado interessado por ser um título que fugia deste padrão, apesar de que este contexto só funciona para mim mesmo, devido minha própria experiência de vida.

    Lendo o texto, lembrei daqueles tempos. Bem nostálgico. Acho que vou procurá-lo. 😀

  2. Pôxa… você poderia ter dito que é fácil encontrar toda a série para comprar no Steam por 5 dólares cada jogo ou toda ela por 15 dólares, ao invés de apontar os leitores para a pirataria. Pelo menos você não mostrou onde baixar uma cópia ilegal.

    Os sucessores espirituais: Ufo: Aftermath e Ufo: Aftershock podem ser encontrados no site gog.com por 5 e 10 dólares e o 3º desta série em particular, Afterlight, pode ser encontrado no Steam por 10 dólares também.

    Dificuldade de encontrar meios legais de obter os jogos é o que não há. =]

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